quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Conversas de Horror

 
Recordo que na próxima sexta-feira, às 18H00, irei estar no Fórum Fantástico 2013 (Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro, em Lisboa) para participar numa mesa-redonda denominada Conversas de Horror. Os meus companheiros de discussão serão o académico António Monteiro e os realizadores José Pedro Lopes e Pedro Santasmarinas.
O Fórum Fantástico é organizado por Rogério Ribeiro.

Quanto à imagem que ilustra este artigo, lembrei-me dela por duas boas razões: a primeira é porque se relaciona, cromatica e ictiologicamente, com o belo poster que assinala o evento deste ano (podem vê-lo aqui) e a segunda, mais relacionada comigo e com o tema sobre o qual vou botar faladura, é porque, como disse (disse mais ou menos, porque a minha memória já não é o que era) o crítico de arte australiano Robert Hughes, "há mais morte no quadro da truta anzolada, pintado por Courbet, que nas crucificações pintadas por Rubens" (e creiam que Hughes tinha razão: vejam a cara deste Cristo). Mais morte e, acrescento eu, mais horror, porque horror e morte andam de línguas enroladas.

Entretanto, os amantes de cultura popular que me estão a ler reconhecerão vestigialmente o nome do espantoso pintor francês Gustave Courbet por culpa da barracada armada há uns anos em Braga quando numa feira do livro a polícia confiscou cinco exemplares do título Pornocracia, da cineasta Catherine Breillat, cuja capa, que reproduz a pintura L'Origine du Monde (da autoria do supramencionado Courbet), exibindo a pogonotrófica pudenda de Joanna Hiffernan, amante do artista, enrubesceu as maçãs dos rostos de alguns leitores de domingo apanhados de surpresa. (Existem duas trutas courbetianas: uma, marronada, no Musée d'Orsay e esta, esmeraldina, na Kunsthaus de Zurique.)