Era para ter publicado isto ontem, Dia
Internacional do Livro, mas só tive oportunidade agora. Consiste em Dez
Verdades Sobre Livros que, de acordo com a minha experiência, são
inequívocas.
1) Não abandonem a leitura de um livro chato: ser chato não significa mau, apenas significa chato. Não é motivo para abandonar uma leitura.
2) Existem falsos artigos de marca e existe falsa literatura - tão barata (no sentido epistémico) quanto os óculos e os relógios que se vendem nas feiras (no sentido trambiqueiro). Caveat emptor.
3) Se lerem um livro por semana, lerão mais de cinquenta livros por ano. É um bom começo: não desperdicem esse tempo lendo coisas inúteis.
4) Os livros são como os medicamentos: a mistura latitudinária de leituras diferentes opera efeitos secundários imprevistos.
5) Os livros gostam de ser tratados sem cerimónias: empilhem-nos no chão, sublinhem as páginas, ponham-lhes chávenas de café em cima, deixem-nos abertos durante a noite. Porém, não dobrem as páginas: é falta de respeito.
6) Entre o eBook e a leitura existe uma intransponível intransferência.
7) A verdadeira literatura é verbal. Se não gostam de palavras, vejam apenas filmes ou séries televisivas, mas não leiam os guiões de cinema e televisão disfarçados de livros que recheiam as livrarias.
8) Leiam dicionários. Os dicionários são livros de ficção: a maioria do léxico contemporâneo foi inventada por escritores: romancistas, poetas, filósofos. Ao enriquecerem o vosso vocabulário estarão a fortalecer-se contra a literatura perfunctória de que falam os Pontos 2, 3 e 7.
9) O libertino Gustave Flaubert foi cliente de uma prostituta cujo nome de baptismo era Crucifixo: ou seja, não julguem os livros pelas capas.
10) Nunca se irá encontrar uma velha fotografia ou uma antiga carta de amor dentro de um eBook.
1) Não abandonem a leitura de um livro chato: ser chato não significa mau, apenas significa chato. Não é motivo para abandonar uma leitura.
2) Existem falsos artigos de marca e existe falsa literatura - tão barata (no sentido epistémico) quanto os óculos e os relógios que se vendem nas feiras (no sentido trambiqueiro). Caveat emptor.
3) Se lerem um livro por semana, lerão mais de cinquenta livros por ano. É um bom começo: não desperdicem esse tempo lendo coisas inúteis.
4) Os livros são como os medicamentos: a mistura latitudinária de leituras diferentes opera efeitos secundários imprevistos.
5) Os livros gostam de ser tratados sem cerimónias: empilhem-nos no chão, sublinhem as páginas, ponham-lhes chávenas de café em cima, deixem-nos abertos durante a noite. Porém, não dobrem as páginas: é falta de respeito.
6) Entre o eBook e a leitura existe uma intransponível intransferência.
7) A verdadeira literatura é verbal. Se não gostam de palavras, vejam apenas filmes ou séries televisivas, mas não leiam os guiões de cinema e televisão disfarçados de livros que recheiam as livrarias.
8) Leiam dicionários. Os dicionários são livros de ficção: a maioria do léxico contemporâneo foi inventada por escritores: romancistas, poetas, filósofos. Ao enriquecerem o vosso vocabulário estarão a fortalecer-se contra a literatura perfunctória de que falam os Pontos 2, 3 e 7.
9) O libertino Gustave Flaubert foi cliente de uma prostituta cujo nome de baptismo era Crucifixo: ou seja, não julguem os livros pelas capas.
10) Nunca se irá encontrar uma velha fotografia ou uma antiga carta de amor dentro de um eBook.