Segue uma antevisão de Sepulturas dos Pais, o meu próximo livro de banda desenhada, escrito por mim e desenhado por André Coelho (que trabalhou comigo em É de Noite Que Faço as Perguntas). Este livro, cuja arte já vai a meio, será editado no próximo ano pela Kingpin Books e consiste numa história negríssima, mas de grande lirismo, passada numa aldeia de pescadores.
Escrevi Sepulturas dos Pais em 2003 e durante quase dez anos este argumento esteve num limbo imposto injustamente, porque o artista que convidei inicialmente para ilustrá-lo nunca desenhou uma única vinheta; entretanto, outros trabalhos meus foram vendo a luz, mas esta história, infelizmente, manteve-se na treva. Contudo, foi um pequeníssimo mal que veio por um grandessíssimo bem, porque a arte do André possui uma elegância, uma força e uma originalidade que falecem totalmente ao estilo do outro desenhador.
Assim, posso garantir que Sepulturas dos Pais é capaz de ser um dos casamentos mais perfeitos entre o tom de um dos meus argumentos e o tom da arte do desenhador convidado para o desenhar.
Resta falar sobre um novo argumento que terminei há poucos dias, intitulado O Poema Morre, e que será o livro que se seguirá a Sepulturas dos Pais. Ainda é cedo para revelar detalhes, como é óbvio, mas posso dizer que é uma história muito pesada e, ao mesmo tempo, muito lírica.
Existem outros títulos nos quais estou a trabalhar, em outros registos, sobre os quais falarei em outras ocasiões, mas, para já, o que importa reter é que Sepulturas dos Pais e O Poema Morre serão os meus próximos livros de banda desenhada. Não serão livros para toda a gente, mas os meus leitores não são "toda a gente": são especiais - e é muito estimulante saber que posso sempre contar com a sua disponibilidade para se deixarem desafiar.