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domingo, 23 de dezembro de 2012

Recordando doze anos de banda desenhada (2000-2012)


A iniciativa de criar este prémio excepcional - Troféus Central Comics 2001-2012 - consiste, também, numa homenagem à banda desenhada portuguesa que foi criada e editada ao longo desses anos: numa conjuntura actual de mercado cada vez mais desmemoriada e desenraizada, é uma boa oportunidade para recordar (ou descobrir) alguns dos mais importantes livros portugueses de BD que marcaram a primeira década deste século, como, por exemplo, A Pior Banda do Mundo: O Quiosque da Utopia de José Carlos Fernandes (Devir), Salazar, Agora na Hora da Sua Morte de João Paulo Cotrim e Miguel Rocha (Parceria A.M.Pereira) e O Amor Infinito Que te Tenho de Paulo Monteiro (Polvo). Aliás, só o facto de se voltar a chamar a atenção para estes três títulos indispensáveis, entre tantos outros, demonstra a pertinência destes Troféus Central Comics 2001-2012 e, além disso, relembra a riqueza de estilos, escolhas e abordagens com que a BD portuguesa sempre se fez.

Inscrevendo-me no exercício de memória a que somos convidados acima, não quero deixar de evocar, em breves apontamentos, a minha própria obra de banda desenhada (de 2000 para cá): não só porque ela me orgulha bastante, como, neste momento, em que preparo dois novos livros de BD (um para ser editado em 2013 e outro em 2014), penso que é fundamental exemplificar que é o trabalho árduo e contínuo - de rigor e de imaginação - que faz a carreira de um autor.   
  


Cidade-Túmulo (Círculo de Abuso, 2000)
Argumento e desenhos: David Soares

«Metáfora assustadora do que, lentamente,
se alimenta do velho para construir o novo.»
Ler, Vida.pt

«Negro. Violento. Denso. Excelente.»
Mondo Bizarre



Mr. Burroughs (Círculo de Abuso, 2000; Frémok, 2003)
Argumento: David Soares; Desenhos: Pedro Nora
Prémios Amadora BD: Melhor Argumentista Nacional e Melhor Desenhador Nacional (2001)

«David Soares medita sobre a criação e os seus custos, pagos nas moedas torturadas em que se costuma resgatar o génio.»
Jornal de Letras

 «Texto rigoroso e surpreendente
Les Inrockuptibles (França)



Sammahel (Círculo de Abuso, 2001)
Argumento e desenhos: David Soares
Troféu Central Comics: Melhor Argumentista Nacional (2001)

«Uma das obras mais sofisticadas da nova BD nacional.»
Diário de Notícias



A Última Grande Sala de Cinema (Círculo de Abuso, 2003)
Argumento e desenhos: David Soares
Livro vencedor de uma Bolsa de Criação Literária do IPLB/Ministério da Cultura

«Inspirado na magia das velhas salas, apresenta uma narrativa cheia de referências ao mundo das paixões e técnicas cinematográficas (...)
recortadas por uma fina ironia.»
Premiere

«Como se encara uma nova proposta de David Soares? Com a presunção imediata de um mundo inventivo, delirante, macabro, detalhado, pensado, onde as palavras fluem em movimentos hipnóticos. O talento de David Soares explode.»
Jornal de Letras



Mucha (Kingpin Books, 2009)
Argumento: David Soares; Desenho: Osvaldo Medina; Arte-Final: Mário Freitas

«Hábil na criação de uma escalada de sufoco (...) quanto à ameaça que a epígrafe de Sófocles, na Antígona, lança na página que antecede a narrativa: "Estas coisas são de um futuro próximo." Mais do que o zumbido contínuo das moscas, são essas palavras que ecoam em cada prancha de Mucha
 LER



É de Noite que Faço as Perguntas (Saída de Emergência, 2011)
Argumento: David Soares; Desenho: Jorge Coelho, João Maio Pinto, André Coelho, Daniel Silvestre da Silva, Richard Câmara

«Uma narrativa prenhe de símbolos e leituras simbólicas.»
Os Meus Livros

«David Soares pesquisa mais fundo, tenta traçar um retrato mental do país (...) um livro que vale a pena ler, decifrar, discutir».
Jornal de Letras



O Pequeno Deus Cego (Kingpin Books, 2011)
Argumento: David Soares; Desenho: Pedro Serpa
Prémio Amadora BD: Melhor Argumentista Nacional (2012)

«Como en toda la obra de Soares, el mejor guionista de la historieta portuguesa contemporánea, O Pequeno Deus Cego cuenta con las palabras justas. Como un mago, Soares navega entre la vida y la muerte, entre el sueño y la conciencia, entre la palabra y la imagen, entre la alegría y el sufrimiento.»
La Bitacora de Maneco (Argentina)
 
«Uma alegoria em torno da ignorância e da urgência do seu antídoto (...) para explorar a natureza humana a partir de tempos e lugares concretos, mas projectando as suas incertezas e os seus gestos mais memoráveis ao longo de um arco cronológico sem princípio nem fim.»
LER

terça-feira, 3 de abril de 2012

"Mr. Burroughs" 2012


Este ano, em data a anunciar brevemente, irá ser reeditado em português um dos meus clássicos: o álbum de banda desenhada Mr. Burroughs (Círculo de Abuso, 2000; Frémok, 2003), escrito por mim e desenhado por Pedro Nora. Um álbum que o académico Bart Beaty (da universidade canadiana de Calgary) definiu como sendo uma «surrealist, nightmarish reconceptualization, flattering to the comics form, a cross between literature and the visual» (em Unpopular Culture. Universtity of Toronto Press, 2006).

Passados doze anos, Mr. Burroughs irá ser reeditado, por uma das editoras independentes de banda desenhada portuguesa que fez parte do universo bedéfilo que o viu nascer, numa edição bilingue, em português e inglês (versão inglesa de minha autoria).

É do conhecimento público que este título é um dos álbuns mais importantes da banda desenhada portuguesa e que foi verdadeiramente instrumental - e decisivo - para a revitalização da nova bd portuguesa a partir da década de 2000.

Imagem: Eu, em 2009, numa livraria parisiense especializada em banda desenhada, com a edição francesa de Mr. Burroughs.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

"Mr. Burroughs" em livro de ensaios sobre BD

O meu álbum de banda desenhada Mr. Burroughs, desenhado por Pedro Nora e editado há nove anos pela minha (entretanto extinta) chancela pessoal Círculo de Abuso, é um dos livros escolhidos pelo académico Bart Beaty para figurar no seu ensaio sobre banda desenhada intitulado Unpopular Culture (Universtity of Toronto Press, 2006).
Diz Beaty que Mr. Burroughs é uma «surrealist, nightmarish reconceptualization (...) flattering to the comics form, seen as it is by many as a cross between literature and the visual» (pg. 101).

É sempre bom ver quando o nosso trabalho é reconhecido lá fora, sobretudo a nível académico.
Mr. Burroughs foi publicado em francês pela editora franco-belga Frémok (2002).

(Eu, numa loja de BD em Paris, com a edição francesa de Mr. Burroughs.)