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terça-feira, 12 de novembro de 2019

Dez anos de "Mucha"


Há dez anos, no dia 24 de Outubro, foi lançado no AMADORA BD o livro Mucha, escrito por mim, desenhado por Osvaldo Medina e arte-finalizado por Mário Freitas, iniciando a minha colaboração com a Kingpin Books.

Seis anos depois da publicação de A Última Grande Sala de Cinema, este livro consistiu num regresso à banda desenhada de horror, num enredo simbólico, partindo da premissa de Rhinocéros de Ionescu. Mucha contém ideias e imagens que figuram entre as minhas preferidas; como a cena em que um grupo de judeus polacos é obrigado por um Einsatzegruppe a escavar uma vala comum e descobre um esqueleto de dinossauro que toma pelo lendário dragão Smok Wawelski.


terça-feira, 2 de julho de 2019

Banda desenhada ou romance gráfico?

 
Perguntaram-me qual era a designação correcta: banda desenhada ou romance gráfico? É fácil responder.

Criada por Vasco Granja no artigo "O Mundo Maravilhoso da Banda Desenhada" (Diário Popular, 19 de Novembro de 1966), a denominação banda desenhada é um galicismo de bande dessiné — adaptação francesa popularizada no segundo quartel do século passado, em directa importação da expressão americana comic strip. Ora, strip, bande e banda significam a mesma coisa: uma faixa ou uma tira de tecido, papel ou outro material; em virtude do formato estreito e horizontal com que eram publicadas nos jornais as histórias desenhadas, Paul Winkler, da Opera Mundi, apelidou-as nos anos trinta de comic strips (tiras cómicas).

A designação romance gráfico (ou novela gráfica) tem sido utilizada por autores e leitores que aspiram a uma aproximação literária às histórias em imagens que a expressão banda desenhada parece obstaculizar; independentemente de a linguagem da banda desenhada, seja qual for o nome pelo qual é chamada, ser sempre uma linguagem literária. Assim, graphic novel, roman graphique e romance gráfico são cognatos de uma concepção que continua a não ser bem recebida entre cultores e coleccionadores mais tradicionalistas, mas não existe nenhuma razão para ela não ser aceite, pois, com efeito, foi inventada pelo próprio criador da banda desenhada moderna: o polímate suíço Rodolphe Töpffer, que no segundo quartel de Oitocentos chamou littérature en estampes às suas histórias desenhadas (que auto-publicava no, hoje chamado, formato italiano; ou seja, na horizontal — em jeito de tira ou banda). Rapidamente, denominações como literatura gráfica, romance gráfico e aventura gráfica, por exemplo, foram popularizadas por toda a Europa na passagem para o século XX nos títulos e subtítulos de múltiplas auto-publicações, revistas, álbuns e livros de histórias desenhadas.

Agrilhoada que está a memória contemporânea à doença do presentismo, a malquista questão prende-se hoje com a generalização da expressão romance gráfico no mercado americano, sob a qual se quis e quer comercializar com mais prestígio histórias de maior fôlego artístico e narrativo que não se filiam no grupo dos chamados comics seriados. Em suma, os romances gráficos americanos (graphic novels ou picture novels) são o equivalente dos álbuns europeus: histórias de maior dimensão, em regra auto-contidas, e que na maioria das vezes são escritas e desenhadas com elevado grau de sofisticação. O que não impede as editoras de arrebanharem comics publicados originalmente em série, os reimprimirem sem as conspícuas e exasperantes páginas interiores de publicidade e os venderem em novas edições luxuosas, rebaptizadas de hardcovers ou trade paperbacks — em suma, classificações do mercado do livro que remetem de imediato para a ideia de que se está diante de um romance gráfico (e por vezes até assim chamados nas capas).

Não será incorrecto apontar no final dos anos sessenta a origem da popularização americana da designação graphic novel, com a publicação da revista Graphic Story Magazine, cujo primeiro número foi publicado em 1967. Parece que a consolidação da expressão nesse mercado coincide com a popularidade da revista — baratíssima — e com material de diversos autores que, mais tarde, iriam munir-se da expressão graphic novel'para caracterizar os seus trabalhos — é o caso de George Metzger, cujo livro Beyond Time and Again (1976) foi o primeiro álbum americano a ser comercializado (com uma edição de grande qualidade) sob a designação de «o primeiro romance gráfico americano».
O seu editor, Richard Kyle, curiosamente, já lá chegara, inclusive, num artigo de 1964, intitulado "The Future of Comics", publicado em Richard Kyle's Wonderworld 2, onde propõe tanto graphic story como graphic novel.

Em suma, a resposta à pergunta inicial é: ambas. À sensibilidade de alguns autores ou leitores é provável que banda desenhada ressoe com um timbre mais popular e que romance gráfico assome com uma envergadura mais convincente. Em antiguidade, esta até precede a outra, por isso é uma questão de gosto. Como escrevi acima, a banda desenhada é uma linguagem (não um estilo ou um género — há anos que o venho a escrever e a defender) literária que pertence ao espectro das linguagens narrativas.
 
 

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

terça-feira, 6 de junho de 2017

Autógrafos na Feira do Livro de Lisboa


Fãs e amigos, informo que o horário da minha passagem pela Feira do Livro de Lisboa é o seguinte: próximo sábado, dia 10, das 16H00 às 19H00, junto aos pavilhões da Europress (B9 e B11), distribuidora da Kingpin Books. Não estarei na Feira em outra altura. Apareçam.

quinta-feira, 9 de março de 2017

Exposição "Banda Escrita: David Soares" inaugura amanhã

Lembrando que amanhã, às 19H00, na Bedeteca da Amadora (Biblioteca Municipal Fernando Piteira Santos), inaugura a exposição Banda Escrita: David Soares - uma exposição em torno do trabalho do argumentista, comissariada pelo crítico Pedro Vieira de Moura. «"Cultor de uma pesquisa linguística e de um imaginário único, Soares é um exímio criador de ambientes e de interrogações das capacidades do ser humano face à crueldade, a adversidade e a indiferença do universo. Se bem que se possam descrever os seus trabalhos de literatura, banda desenhada e spoken word como pertencendo aos territórios do fantástico, do horror, da fantasia negra, da psicogeografia, isso significaria enclausurar gestos, os quais, partindo dessas premissas, auscultam campos bem mais vastos da condição humana, e para além dela". Pedro Moura, programador cultural da Bedeteca da Amadora.»


segunda-feira, 6 de março de 2017

Exposição "Banda Escrita: David Soares - uma exposição em torno do trabalho do argumentista"

Na próxima sexta-feira, às 19H00, na Bedeteca da Amadora (Biblioteca Municipal Fernando PIteira Santos), inaugurar-se-á a exposição Banda Escrita: David Soares - uma exposição em torno do trabalho do argumentista. Comissariada pelo crítico Pedro Vieira de Moura, consiste numa exposição que incide sobre as minhas obras em banda desenhada - tanto as que escrevi e desenhei, como as que escrevi e foram desenhadas por outros artistas. Nesta ligação, podem ler um texto de Pedro Vieira de Moura sobre a exposição e o meu trabalho.
A exposição estará aberta ao público até ao dia 29 de Abril. Estão todos convidados para a inauguração: divulguem e apareçam. Obrigado.


segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Nomeações Prémios Nacionais de Banda Desenhada 2016

O Poema Morre (Kingpin Books, 2015), escrito por mim e desenhado por Sónia Oliveira, está nomeado para as três principais categorias dos Prémios Nacionais de Banda Desenhada 2016, atribuídos pelo festival internacional de banda desenhada Amadora BD: a saber, Melhor Álbum, Melhor Argumento e Melhor Desenho.
(Em breve, informarei sobre o período da minha sessão de autógrafos no Amadora BD.)



terça-feira, 31 de maio de 2016

Sobre a banda desenhada "portuguesa"


Agora que decorre, até 12 de Junho, o XIIº Festival Internacional de BD de Beja, lembrei-me de anotar aqui algumas inquietações sobre a banda desenhada portuguesa.

Em primeiro plano, uma inquietação relacionada com essa designação de «portuguesa», como se houvesse, de facto, uma "escola", diga-se assim, ou um estilo reconhecível que cunhasse com um carácter distintivo, genuinamente português, a banda desenhada feita por autores portugueses. Acredito que não existe nenhum carácter distintivo ou escola dessa natureza, daí que, provavelmente, em toadas mais rigorosas, fosse mais proveitoso falar-se em banda desenhada feita por autores portugueses, embora reconheça, evidentemente, a facilidade comunicacional/discursiva de «banda desenhada portuguesa».

Com efeito, quando se fala em «banda desenhada francesa», «banda desenhada norte-americana» ou «banda desenhada japonesa», pese a diversidade de registos que, tantas vezes, escapam à atenção do público não-especializado, é possível falar-se, nessas latitudes, de escolas ou estilos reconhecíveis - de identidades colectivas.

Ora, não acho que a banda desenhada feita por autores portugueses seja particularizável desse modo; embora me lembre de, pelo menos, quatro algoritmos que têm regulado a produção de banda desenhada feita por autores portugueses:

1) adaptações de clássicos literários e versões de histórias de Portugal (actualmente com pouca expressão);

2) fortíssimo pendor para histórias passadas em ambientes exclusivamente - e abafadoramente - urbanos ou suburbanos, muitas vezes com alguma imagética devedora dos géneros policial ou noir (em principal nos fanzines);

3) domínio quase exclusivo de banda desenhada de autor, auto-editada ou não, com pouquíssimas incursões na banda desenhada comercial ou em que figurem personagens principais seriadas;

4) tendência para forte representação de autores portugueses de banda desenhada em produções originais estrangeiras - vulgo, personagens cujos direitos são detidos pelos grupos Marvel Comics-Disney, DC Comics-Time Warner, etc. (situação cada vez mais frequente, mercê da acessibilidade e facilidade de comunicação que a Internet proporciona).

(Imagem: um dos doze painéis sequenciais de azulejos do dito Padrão do Senhor Roubado, em Lisboa (1744), um dos múltiplos exemplos históricos - neste caso, português - de banda desenhada avant la lettre.)

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Quarta sessão do segundo ciclo de Sustos às Sextas




Na próxima sexta-feira, dia 15, às 21H30, na sede da Fundação Marquês de Pombal, ocorrerá a quarta sessão deste segundo ciclo de Sustos às Sextas, evento devotado ao horror sobrenatural, nas suas diversas expressões. Do programa destaco a palestra Como Escrever Uma História de Terror em Dez Lições de António Monteiro e a inauguração da exposição de pranchas originais de banda desenhada sobre terror, comissariada por Geraldes Lino e Bruno Caetano. Divulguem e apareçam!

terça-feira, 29 de março de 2016

Triple review treat


Duas excelentes críticas a O Poema Morre (2015) e uma excelente crítica a Sepulturas dos Pais (2014), escritos por mim e desenhados por Sónia Oliveira e André Coelho, respectivamente (ambas edições da Kingpin Books). Podem lê-las nas seguintes ligações:
2) O Poema Morre (crítica de Artur Coelho): http://www.acalopsia.com/poema-morre-david-soares-sonia-oliveira/
3) Sepulturas dos Pais (crítica de Bruno Campos): http://www.acalopsia.com/sepulturas-dos-pais-david-soares-e-andre-coelho/


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

«O Poema Morre» na lista dos Melhores de 2015

O Poema Morre (Kingpin Books, 2015), escrito por mim e desenhado por Sónia Oliveira, foi escolhido pelo crítico Pedro Vieira de Moura como um dos melhores livros portugueses de banda desenhada editados em 2015 para a lista internacional de Melhores do Ano, publicada anualmente pelo crítico inglês Paul Gravett. Nesta ligação podem aceder directamente às escolhas de Moura.


segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Mesa-redonda e exposição de BD na Leituria

No próximo sábado, dia 6, às 17H30, decorrerá na livraria Leituria uma mesa-redonda subordinada ao tema Expansão e Desafios da BD Portuguesa, que contará com as presenças dos autores André Oliveira, Carlos Pedro, David Soares, Joana Afonso, Mário Freitas, Nuno Duarte, Osvaldo Medina e Sónia Oliveira (os autores, todos publicados pela Kingpin Books, estarão disponíveis para autografar os seus livros e pranchas originais). Este debate inaugurará uma exposição de pranchas originais de banda desenhada, dos diversos autores presentes, que estará patente na Leituria até ao dia 3 de Março. Divulguem e apareçam: obrigado.


terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Novidades para 2016


Novidades para 2016 - no próximo ano, a Kingpin Books reeditará dois livros meus: O Pequeno Deus Cego (2011), escrito por mim e desenhado por Pedro Serpa, e o meu clássico A Última Grande Sala de Cinema (imagem em anexo), escrito e desenhado por mim e publicado originalmente em Janeiro de 2003. Este título, em especial, será uma surpresa para os fãs, pois consiste no último livro que desenhei e muitos leitores que me começaram a ler depois da data da sua edição não fazem ideia de que desenhei a maioria dos meus primeiros livros de banda desenhada. Assim, a Última Grande Sala de CInema irá abrir para mais uma sessão.

domingo, 6 de dezembro de 2015

«Sepulturas dos Pais» premiado na Comic Con Portugal 2015



Para os fãs e amigos que não puderam comparecer ontem na segunda edição da Comic Con Portugal, fica a ligação para o vídeo da cerimónia de entrega do prémio de "Excelência na Escrita de BD" pelo livro Sepulturas dos Pais (Kingpin Books, 2014), escrito por mim e desenhado por André Coelho.


terça-feira, 1 de dezembro de 2015

«Sepulturas dos Pais» premiado com Galardão BD Comic Con 2015


Informo os meus fãs e amigos que ganhei o Galardão Comic Con 2015 na categoria de Excelência na Escrita de BD, com o livro «Sepulturas dos Pais (Kingpin Books 2014), escrito por mim e desenhado por André Coelho.
A cerimónia de entrega de prémios terá lugar durante a Comic Con Portugal 2015, no próximo sábado, dia 5, às 16H00. Parabéns aos vencedores das outras categorias (podem consultar a lista nesta ligação: http://www.comic-con-portugal.com/…/conhecidos-os-vencedore…).



quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Crítica a «O Poema Morre» na revista Blimunda nº42


Excelente crítica a O Poema Morre (Kingpin Books, 2015) por Sara Figueiredo Costa na revista Blimunda (editada pela Fundação José Saramago). Escreve Costa:

«(...) o que David Soares parece utilizar como matéria-prima do seu trabalho na banda desenhada é aquilo a que poderíamos chamar miséria humana, as vertentes menos nobres da nossa natureza comum, os gestos que guardam a violência, a sordidez, a ignorância, a maldade. Não podia ser mais universal e menos atreito a rótulos de género. (...) O trabalho de Sónia Oliveira acompanha esta vontade de modo orgânico, usando as linhas finas e sinuosas do seu traço como matéria capaz de moldar este retrato cinzento (também na paleta de cores) de um tempo que poderia ser muitos tempos.»

A ler na íntegra nesta ligação: http://www.josesaramago.org/?ddownload=536384


segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Entrevista para o 'podcast' Falar Criativo


Na ligação em anexo podem ouvir a entrevista que dei ao podcast Falar Criativo, com perguntas de Rui Branco. Como o nome do programa indica, a tónica da entrevista foi colocada em questões sobre a criatividade, resultando numa conversa muito completa sobre o meu processo criativo, as minhas inquietações e abordagens às diversas expressões com as quais desenvolvo os meus trabalhos. A entrevista é longa, mas penso que ficou muito dinâmica e interessante. Se também gostarem, partilhem - obrigado: http://falarcriativo.com/episodio-108-david-soares/


domingo, 8 de novembro de 2015

Desenho de Sónia Oliveira num exemplar de «O Poema Morre»


Desenho de Sónia Oliveira num exemplar de O Poema Morre, escrito por mim e desenhado por ela (Kingpin Books, 2015). Quem não foi ao 26° AMADORA BD perdeu a oportunidade de levar um livro personalizado deste modo, mas não entristeçam: em breve, haverá mais oportunidades.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

«O Poema Morre»: amanhã, autógrafos no 26º Amadora BD


Amanhã, das 16H00 às 18H00, eu e Sónia Oliveira estaremos no 26º AMADORA BD (Fórum Luís de Camões, Brandoa, Amadora) para autografar exemplares de O Poema Morre (Kingpin Books, 2015) e conversar com os fãs. Divulguem e apareçam: os vivos, os feridos e os mortos agradecem.