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sexta-feira, 26 de junho de 2009

Feira Laica para todos

Durante este fim de semana, ocorre mais uma edição da Feira Laica, a maior feira portuguesa de edição independente. O evento, dirigido por Marcos Farrajota (Associação Chili Com Carne, Ediçoes Mmmnnnrrrg, Bedeteca de Lisboa), apresenta uma programação variadíssima e com propostas a não perder, desde lançamentos de livros, trocas de artesanato urbano e vestuário, e, também, mostras de filmes de animação - entre os quais O Paciente, de Pedro Brito, e Pássaros, de Filipe Abranches. A Feira Laica tem lugar nos jardins da Bedeteca de Lisboa.
A feira abre às 14H00, nos dois dias. Fecha às 21H00 no Sábado e às 19H00 no Domingo.
Não faltem!

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

O preservativo do Estado Novo


A mesa redonda subordinada às relações entre os autores e os críticos de banda desenhada, mais as possíveis tendências às quais a nona arte se poderá moldar daqui as uns tempos, e que decorreu hoje à tarde da Bedeteca de Lisboa, correu bastante bem; as intervenções dos oradores, incluindo eu, pautaram-se pela energia e acutilância. Agradeço à Bedeteca (Rosa Barreto, Marcos Farrajota, Adalberto Barrreto) o convite que me endereçou para participar.

Depois da exposição de ideias, eu e os meus colegas de debate tivemos o privilégio de usufruir de uma visita guiada à exposição Os Ridículos: Desenho Humorístico e censura (1933-1945): iniciativa conjunta entre a própria Bedeteca e a Hemeroteca Municipal de Lisboa, que estará presente no Palácio do Contador-Mor, até 31 de Dezembro.

A exposição conta com dezenas de originais pertencentes ao espólio constituido pelos exemplares do bissemanário satírico Os Ridículos, periódico dirigido por José Maria da Cruz Moreira, o "Caracoles", e que começou a ser publicado em 1895. Stuart de Carvalhais, Natalino Malquiades, Santos Silva, Colaço ou Xavier Magalhães são apenas alguns dos ilustradores cujos trabalhos, censurados pelos infames lápis-azuis dos censores do Secretariado de Propaganda Nacional de António Ferro (1933), mais tarde Secretariado Nacional de Informação, Turismo e Cultura Popular (1944), podemos agora admirar sem qualquer repreendimento ou risco.

É preciso lembrar, ou mesmo ensinar, aos mais distraídos que, já em 1932, Salazar declarou que a revolução legal estava realizada, mas que faltava concluir a revolução mental. Para o efeito, criou o conceito de política do espírito: espírito esse que orientou a propaganda do regime que ficou a cargo de Ferro e Álvaro Salvação Barreto.
Os objectivos censórios de qualquer sistema político totalitário são sempre veicular a receita desse mesmo regime, apelar à apatia dos cidadãos mediante um retrato anódino do quotidiano e fazer-lhes acreditar numa visão monoteísta do mundo, da qual o líder aparece como grande farol. Se é verdade que os gabinetes de Ferro e Barreto eram independentes (o SNP e a Censura), ambos faziam parte do mesmo tronco e lucraram mais ainda com a sua fusão, em 1944, quando o SNI sucedeu ao anterior organismo. O escritor espanhol Eugénio D'Ors escreveu no prefácio do livro Salazar: O Homem e a Sua Obra, de António Ferro (Edições Fernando Pereira. Aveiro, 1982) que o aparelho da Censura foi «o preservativo do Velho Regime».
Ora, como preservativo entenda-se aqui não só o significado de agente preventivo, mas também de composto conservador de um estado ideal de higiene. Não foi à toa que Salazar disse que «se o jornal é o alimento espiritual do povo, deve ser fiscalizado como todos os alimentos».

A exposição que devem visitar na Bedeteca de Lisboa até ao final do ano é uma amostra significativa, e lúcida, daquilo que foi o ministrium dos censores do Estado Novo.
É comissariada por Álvaro Costa de Matos (Hemeroteca Municipal de Lisboa) e Pedro Bebiano Braga (Museu Rafael Bordalo Pinheiro): fica o agradecimento pelo tempo que concederam à visita guiada que nos realizaram.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Sobre BD

Na próxima Sexta-Feira é inaugurada a 19ª edição do Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora (FIBDA), numa organização conjunta do Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem (CNBDI) e da Câmara Municipal da Amadora.
O local é, mais uma vez, o Fórum Luís de Camões, na Brandoa, mas, como é habitual, várias exposições encontram-se descentralizadas por outros pólos, como a Casa Roque Gameiro, a Galeria Municipal e o próprio CNBDI: consultem a programação para descobrirem quem são os autores convidados e quais os dias em que eles estarão presentes para conversar com o público e personalizar exemplares dos seus álbuns. O tema da edição deste ano é a Tecnologia e Ficção Científica.
O FIBDA termina a 9 de Novembro.

Nas próximas Quinta-Feira e Sexta-Feira, no auditório da Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro (dia 23) e na Bedeteca de Lisboa (dia 24), irá ter lugar um Seminário Internacional sobre as sinergias entre as Bibliotecas e a Banda Desenhada.

Transcrevo do programa: «Com a finalidade de estimular a troca de experiências e a reflexão profissionais em torno do papel da banda desenhada como forma de promoção da leitura nas bibliotecas, o Departamento de Bibliotecas e Arquivos da Câmara Municipal de Lisboa pretende, com este seminário, contribuir para a partilha de experiências desenvolvidas por colegas nossos de outros países (Espanha e Suécia), colegas das Bibliotecas Municipais dos Concelhos da Área Metropolitana de Lisboa, bem como com outras Bibliotecas da Rede Nacional de Leitura Pública, promovendo e estimulando a sua discussão alargada.»

Consultem o programa que é variado e bastante interessante. Recomendo duas das palestras que mais se dirigem à banda desenhada. No dia 23, a Mesa Redonda que irá começar às 15H30, com o tema A BD em Portugal: pontos de vista sobre o mercado e a edição de BD.
Será moderada por Sara Figueiredo Costa e contará com os seguintes convidados: Rui Brito (Polvo), Marcos Farrajota (Mmmnnnrrrg), Maria José Pereira (Asa), Pedro Silva (Vitamina BD), Mário Freitas (Kingpin of Comics), Nelson Dona (CNBDI), Paulo Monteiro (Bedeteca de Beja) e Rui Santos (Devir).

E, no dia seguinte, às 15H00, a Mesa Redonda intitulada A BD em Portugal: autores, crítica, movimentos e tendências. Será moderada por Geraldes Lino e terá como convidados José Abrantes, Filipe Abranches, João Lemos, David Soares, Domingos Isabelinho e Carlos Pessoa (Público).

Apareçam!