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terça-feira, 1 de julho de 2014

«Imundo Bizarro» em «Larvas» de Holocausto Canibal



Larvas, o novo disco (EP) dos Holocausto Canibal, já se encontra disponível. Chamo a atenção para mais uma colaboração lírica (em todos os significados da palavra), no feitio da letra da música Imundo Bizarro, que idealizei e escrevi, propositadamente, a convite da banda. Na ligação em anexo poderão ouvir a música, uma das estrelas do disco, com um solo de guitarra muitíssimo venenoso, e acompanhar a audição com a leitura da letra (integral) que publico no parágrafo seguinte. Aviso: só para estômagos fortes e mentes com sentido de humor (negro).

IMUNDO BIZARRO (música: Holocausto Canibal; letra: David Soares)

Repuxos vagais laríngicos – cessam as inibições.
Inalando matéria regurgitada – surgem alucinações.

Psicótico, desviante:
não estou só nesta parafilia.
Hipnótico, excitante:
o vicio da minha emetofilia.
O vómito inflama a fantasia.

Total fadiga epiglótica – depois da quietação orgástica.
Hidropisia pulmicórtica – efeitos da inspiração cáustica.

Perigoso, glorificante:
um epicurismo singular.
Asqueroso, exaltante:
ejaculo em lixo hospitalar.
Prazeres a não depreciar.

Delírio e desritmia – infecção bactérica do sistema.
Fibrilação ventricular – colapso cardíaco com edema.

Relapsa, a lascívia é activa: imagino uma delícia putrescina.
Fétida, a fecalidade é vomitiva: besunto-me com bilirrubina.

(Indignante –
a minha presença mete nojo.
Sevandijante –
não há outro verme tão sujo.)

Nódoas no corpo, nódoas na mente. Imundo bizarro!
Sexualidade misófila e indecente. Imundo bizarro!

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Morreu Jeff Hanneman (1964-2013)


Morreu Jeff Hanneman, guitarrista fundador de Slayer: banda que, para quem não está familiarizado com o espectro da chamada "música extrema", revolucionou completamente essa sonoridade com a edição do disco Reign in Blood (1986). Normalmente, quem não é de todo conhecedor de metal pensa que Metallica (nome mais falado na comunicação social) será a banda mais representativa do género, mas, com efeito, foi Slayer que definiu a ferro-quente os caminhos obscuros, mas variados, que a música de peso tomou a partir da década de 90; em principal, com o advento do death metal, estilo de que Slayer é directamente responsável. Desde então, toda a "música extrema" deve muitíssimo ao death metal, que revelou-se dotado de grande plasticidade e passível de ser enformado nas mais variadas experiências musicais - e sem Slayer nada disso teria sido possível. As músicas dos discos clássicos de Slayer ainda são absolutamente revolucionárias no modo como quebraram - e quebram - com os lugares-comuns do heavy e do thrash, injectando não só uma inesperada agressividade, cuja seriedade se sente na carne, como uma refrescante liberdade na composição. Ora, Hanneman foi um dos principais arquitectos dessa revolução musical que Slayer foi. Continuará a sê-lo? Ninguém sabe. Gostaria, a título de evocação da inestimável herança de Hanneman e seus colegas, epigrafar o vídeo em anexo com dois versos de Samuel Taylor Coleridge: «We were the first that ever burst / Into that silent sea».
O mundo do metal ficou um pouco mais silencioso, a partir de hoje.



sábado, 26 de maio de 2012

Acrotomofilia Zoófila (Requintada) em "Gorefilia" de Holocausto Canibal



Gorefilia, o novo álbum da banda portuguesa de death metal/grindcore Holocausto Canibal, já se encontra disponível: consiste num disco conceptual sobre a temática das chamadas parafilias, designação generalista para todos os comportamentos sexuais desviantes da norma, desde as práticas mais inócuas às mais extremas. Considerando que este é um disco de Holocausto Canibal, as parafilias exploradas no universo lírico das canções são as mais extremas possível, apresentando visões violentas de horror sexual e visceral que não são, de maneira nenhuma, indicadas para quem tem corações e estômagos frágeis. Musicalmente, Gorefilia é muito sólido, fazendo lembrar, e bem, os Carcass de Reek of Putrefaction, por exemplo.

Por gentil convite da banda, uma das músicas tem letra de minha autoria: intitula-se Acrotomofilia Zoófila (Requintada) e, como o nome indica, consiste numa observação (com muito humor negro, claro), sobre a prática da acrotomofilia; ou seja, atracção sexual por indivíduos amputados. Neste caso, por animais amputados, mas o «requintada» do título denuncia que algo mais complexo se passa.

Amantes de sonoridades pesadas, Gorefilia é para vocês: atrevam-se a ouvir um disco (verdadeiramente) extremo. Pela parte que me toca, estou muito contente com a música composta para a letra que escrevi: agradeço, pois, à banda pelo convite e faço votos para que Acrotomofilia Zoófila (Requintada) seja um dos pontos altos nos próximos concertos.


ACROTOMOFILIA ZOÓFILA (REQUINTADA)
 
Desmoralização sexual ritualizada –
sofrimento que rima com regozijo.
Acrotomofilia zoófila (requintada)
é que é o meu estilo de bestialismo.

Capturo pequenas criaturas
e delas faço abreviaturas
(para sevícias sexuais).

Apaixonada penetração venereal.
(Em busca de prazeres sofisticados…)
Irrigando o meu líquido seminal.
(Em corpos mortos desconjuntados…)

Desbarates das torturas
que articulo por suturas
(grotescos bonecos animais).

Operação sensualista organizada –
flebotomia que leva à consumpção.
Acrotomofilia zoófila (requintada):
orgasmos com animais de estimação.

Capturo pequenas criaturas
e delas faço abreviaturas
(para sevícias sexuais).

Extirpação de membros desproporcionados.
(A procura pela forma irrepreensível…)
Pernas e braços e caudas são desarreigados.
(Com imaginação nada é impossível…)
Velhacaria sexual e truculência.
(Não há mascote que eu não apanhe…)
Anestesio-as, mas sem violência.
(Aplicando clisteres de champanhe…)

Vidas por um fio – cerimonial doentio.

Desbarates das torturas
que articulo por suturas
(grotescos bonecos animais).
    

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Gorefilia

Gorefilia, o novo álbum de Holocausto Canibal, tem saída agendada para Abril.

Um disco brutal, cujo conteúdo lírico, no qual participo com algumas letras, orbita a temática das parafilias. Para ouvidos e estômagos fortes: será o equivalente sonoro a uma garrafa de absinto.

quarta-feira, 6 de abril de 2011