terça-feira, 1 de julho de 2014

«Imundo Bizarro» em «Larvas» de Holocausto Canibal



Larvas, o novo disco (EP) dos Holocausto Canibal, já se encontra disponível. Chamo a atenção para mais uma colaboração lírica (em todos os significados da palavra), no feitio da letra da música Imundo Bizarro, que idealizei e escrevi, propositadamente, a convite da banda. Na ligação em anexo poderão ouvir a música, uma das estrelas do disco, com um solo de guitarra muitíssimo venenoso, e acompanhar a audição com a leitura da letra (integral) que publico no parágrafo seguinte. Aviso: só para estômagos fortes e mentes com sentido de humor (negro).

IMUNDO BIZARRO (música: Holocausto Canibal; letra: David Soares)

Repuxos vagais laríngicos – cessam as inibições.
Inalando matéria regurgitada – surgem alucinações.

Psicótico, desviante:
não estou só nesta parafilia.
Hipnótico, excitante:
o vicio da minha emetofilia.
O vómito inflama a fantasia.

Total fadiga epiglótica – depois da quietação orgástica.
Hidropisia pulmicórtica – efeitos da inspiração cáustica.

Perigoso, glorificante:
um epicurismo singular.
Asqueroso, exaltante:
ejaculo em lixo hospitalar.
Prazeres a não depreciar.

Delírio e desritmia – infecção bactérica do sistema.
Fibrilação ventricular – colapso cardíaco com edema.

Relapsa, a lascívia é activa: imagino uma delícia putrescina.
Fétida, a fecalidade é vomitiva: besunto-me com bilirrubina.

(Indignante –
a minha presença mete nojo.
Sevandijante –
não há outro verme tão sujo.)

Nódoas no corpo, nódoas na mente. Imundo bizarro!
Sexualidade misófila e indecente. Imundo bizarro!