Livro do Mês
Classificação: * * * * *
Prós: Interessante e envolvente da 1ª à última página.
Contras: Nenhuns.
Fruto de uma imaginação prodigiosa e de uma rigorosa investigação histórica, este romance centra-se nos Painéis de São Vicente e na vida do pintor Nuno Gonçalves. Passa-se na época medieval, entre 1395 e 1450, período histórico que abrange o fim do reinado de D. João, o reinado de D. Duarte e a regência de D. Pedro, e factos históricos como a conquista de Ceuta e o desaparecimento de D. Fernando em Tânger.
Nuno Gonçalves é retratado como uma personagem de personalidade disturbada por um lado negro, espinhoso e dual, que o impele para a necrofilia e o assassínio. Um psicopata que, à luz, trilha um caminho que o leva de aprendiz de pintura em Lisboa, ao estágio com o mestre flamengo Jan Van Eyck, posteriormente ascendendo ao título de Pintor da Cidade e, depois, Pintor Régio.
O autor retrata-nos uma Ínclita Geração onde destaca as figuras dos infantes Eduarte, Fernando, Pedro e Henrique de uma forma surpreendente e altamente vívida. D. Henrique surge como o mais negro dos irmãos - um homossexual conspirador com a ambição de criar um exército de homens apaixonados. D. Fernando é uma peça-sombra fundamental: o infante santo martirizado, que Soares revela como figura central e misteriosa.
Um excelente romance que urde estas e outras ideias num exercício imaginativo altamente bem conseguido. A escrita eloquente, elegante e cativante apoiada numa sólida estrutura narrativa tornam a qualidade desta peça inegável. O interesse das temáticas e a imaginação com que são abordadas tornam-na indispensável.
(Em Os Meus Livros, Março de 2010. Crítica de Mónica Maia.)
Classificação: * * * * *
Prós: Interessante e envolvente da 1ª à última página.
Contras: Nenhuns.
Fruto de uma imaginação prodigiosa e de uma rigorosa investigação histórica, este romance centra-se nos Painéis de São Vicente e na vida do pintor Nuno Gonçalves. Passa-se na época medieval, entre 1395 e 1450, período histórico que abrange o fim do reinado de D. João, o reinado de D. Duarte e a regência de D. Pedro, e factos históricos como a conquista de Ceuta e o desaparecimento de D. Fernando em Tânger.
Nuno Gonçalves é retratado como uma personagem de personalidade disturbada por um lado negro, espinhoso e dual, que o impele para a necrofilia e o assassínio. Um psicopata que, à luz, trilha um caminho que o leva de aprendiz de pintura em Lisboa, ao estágio com o mestre flamengo Jan Van Eyck, posteriormente ascendendo ao título de Pintor da Cidade e, depois, Pintor Régio.
O autor retrata-nos uma Ínclita Geração onde destaca as figuras dos infantes Eduarte, Fernando, Pedro e Henrique de uma forma surpreendente e altamente vívida. D. Henrique surge como o mais negro dos irmãos - um homossexual conspirador com a ambição de criar um exército de homens apaixonados. D. Fernando é uma peça-sombra fundamental: o infante santo martirizado, que Soares revela como figura central e misteriosa.
Um excelente romance que urde estas e outras ideias num exercício imaginativo altamente bem conseguido. A escrita eloquente, elegante e cativante apoiada numa sólida estrutura narrativa tornam a qualidade desta peça inegável. O interesse das temáticas e a imaginação com que são abordadas tornam-na indispensável.
(Em Os Meus Livros, Março de 2010. Crítica de Mónica Maia.)