O cantor canadiano Leonard Cohen lançou há pouco tempo o seu décimo segundo álbum de originais, intitulado Old Ideas. Sim, com efeito, todas as canções de Old Ideas lembram ou têm melodias semelhantes a outras músicas clássicas de Cohen, mas o seu registo é depurado, económico, diferente dos arranjos apresentados na última e brilhante tour mundial, da qual o fantástico Live in London, editado em 2010, oferece registo. É, também, um álbum em que Cohen vinca com força, mas talvez inconscientemente - digo-o, porque o resultado é muitíssimo natural -, as duas faces mais distintivas do seu universo autoral: a do asceta e a do amante.
Pessoalmente, em Cohen, prefiro o ascetismo, e as narrativas penitenciais, ao romantismo; e, na minha opinião, é o primeiro que serve de móbil às melhores canções de Old Ideas. É provável que ascetismo não seja a palavra certa, mas ouvir a voz cavernosa de Cohen inibe-me de escolher outra: esta música é para quem anda nos desertos, sejam os de areia ou os de betão. De igual maneira, poderia ser música que sublinhasse o facto de que para ouvir-se algo decente nestes tempos artificiais seria preciso escutar os artistas de outrora, mas Cohen não é de outrora: é de hoje. E é bem capaz de ser de sempre. Ouçam estas duas confissões: Show Me The Place e Come Healing.
Pessoalmente, em Cohen, prefiro o ascetismo, e as narrativas penitenciais, ao romantismo; e, na minha opinião, é o primeiro que serve de móbil às melhores canções de Old Ideas. É provável que ascetismo não seja a palavra certa, mas ouvir a voz cavernosa de Cohen inibe-me de escolher outra: esta música é para quem anda nos desertos, sejam os de areia ou os de betão. De igual maneira, poderia ser música que sublinhasse o facto de que para ouvir-se algo decente nestes tempos artificiais seria preciso escutar os artistas de outrora, mas Cohen não é de outrora: é de hoje. E é bem capaz de ser de sempre. Ouçam estas duas confissões: Show Me The Place e Come Healing.