Descobri hoje que a Central de Cervejas lançou uma nova cerveja Sagres: uma novidade com sabor a chocolate.
Diz a notícia que consiste numa «inovação exclusiva e pela primeira vez em Portugal».
Quanto a ser a primeira vez em Portugal, não sei, mas tenho a certeza de que não é uma inovação exclusiva...
É que o chocolate bebido pelos Maias (desde 100 d.C.) e pelos Aztecas (por altura do século XIV) era, com efeito, uma bebida alcoólica, feita de feijão ou milho fermentados, à qual água e grãos torrados e moídos de cacau eram adicionados, assim como malaguetas. Em suma: era uma cerveja picante de chocolate.
Em língua nahuatl (a língua dos povos meso-americanos pré-colombianos), a bebida era chamada de xocoatl: uma beberagem que nenhum paladar contemporâneo (à excepção, talvez, do de Anthony Bourdain) seria capaz de apreciar. Os invasores espanhóis provaram-na pela primeira vez na corte de Montezuma, no século XVI e, embora tenham ficado enojados, acharam que o cacau tinha possibilidades e lembraram-se de substituir as malaguetas por açúcar e canela.
O mais curioso é que os sacerdotes aztecas consumiam uma variante especial desta cerveja de chocolate, temperada com o veneno alucinogénio do sapo-cururu (bufo marinus): as glândulas e a pele do sapo eram misturadas à solução durante a fermentação da cerveja e, posteriormente, ela era tomada através de clisteres.
A absorção dos compostos alucinogénios da poção pelos vasos sanguíneos do intestino era rápida e os efeitos muito intensos. (Ainda hoje, os clisteres de bebidas alcoólicas são prática frequente em outro tipo de celebrações.)
Diz a notícia que consiste numa «inovação exclusiva e pela primeira vez em Portugal».
Quanto a ser a primeira vez em Portugal, não sei, mas tenho a certeza de que não é uma inovação exclusiva...
É que o chocolate bebido pelos Maias (desde 100 d.C.) e pelos Aztecas (por altura do século XIV) era, com efeito, uma bebida alcoólica, feita de feijão ou milho fermentados, à qual água e grãos torrados e moídos de cacau eram adicionados, assim como malaguetas. Em suma: era uma cerveja picante de chocolate.
Em língua nahuatl (a língua dos povos meso-americanos pré-colombianos), a bebida era chamada de xocoatl: uma beberagem que nenhum paladar contemporâneo (à excepção, talvez, do de Anthony Bourdain) seria capaz de apreciar. Os invasores espanhóis provaram-na pela primeira vez na corte de Montezuma, no século XVI e, embora tenham ficado enojados, acharam que o cacau tinha possibilidades e lembraram-se de substituir as malaguetas por açúcar e canela.
O mais curioso é que os sacerdotes aztecas consumiam uma variante especial desta cerveja de chocolate, temperada com o veneno alucinogénio do sapo-cururu (bufo marinus): as glândulas e a pele do sapo eram misturadas à solução durante a fermentação da cerveja e, posteriormente, ela era tomada através de clisteres.
A absorção dos compostos alucinogénios da poção pelos vasos sanguíneos do intestino era rápida e os efeitos muito intensos. (Ainda hoje, os clisteres de bebidas alcoólicas são prática frequente em outro tipo de celebrações.)